Metodologia: linguagem dos quadrinhos

Você encontrará aqui uma metodologia para ensino da linguagem dos quadrinhos dentro de sala de aula.

Quando aplicado uma atividade de história em quadrinhos dentro de uma sala é provável que o professor encontre alguma resistência entre os alunos que dizem não saber desenhar. Isso pode provocar uma barreira no desenvolvimento do trabalho.

A proposta desta atividade não é ensinar a desenhar. A finalidade é fazer com que os alunos entendam o funcionamento básico de construção de uma história em quadrinhos. O entendimento servirá tanto para melhorar a compreensão da leitura, quanto para desenvolver histórias mesmo com um desenho simples.

Por esse motivo, esta lição é feita com um personagem feito de formas geométricas simples.

Os quadros são apresentados um a um, colocados em cima de uma mesa. A cada novo quadro acrescentado, o professor vai dialogando, colhendo depoimentos e instigando os alunos a completarem e comentarem as histórias.

QUADRO A QUADRO

Esta é a primeira figura apresentada, onde se pergunta para a turma: “- O que o personagem está fazendo?”

Existem várias interpretações válidas. O personagem podem estar andando tranquilamente, fazendo caminhada, correndo, passeando …

Agora acrescenta-se um segundo quadro onde o personagem se depara com uma situação inusitada. Uma lâmpada!! Ele fica curioso…

Perceba que mesmo sem ter expressões faciais, a imagem induz a curiosidade. Para isso, além da interrogação, o corpo foi desenhado de forma inclinada para o objeto misteriosos.

Nesse ponto pergunta-se para a turma: “- O que vai acontecer no próximo quadro, depois que ele encontrou a lâmpada mágica?”

Isso fará com que os alunos busque em sua experiência pessoal a opinião para o que vai acontecer em seguida. A lâmpada está associada a histórias onde ao esfregá-la, aparecerá um gênio que irá realizar três desejos.

Depois de todas as ideias e conclusões, apresente o terceiro quadro:

Acho que por essa ninguém esperava!!!

Está formado uma estrutura de uma tirinha em quadrinhos, contendo três quadros que forma uma narrativa.

No primeiro quadro está a apresentação do personagem. No segundo, o desenvolvimento de uma ação inesperada. E a conclusão traz algo que surpreenda o leitor.

Início – Desenvolvimento – Conclusão

Quadrinhos funciona assim. Imagens separadas que postas uma do lado da outra formam uma narrativa.

É uma linguagem de comunicação que conta com a parceria entre o quadrinistas deseja transmitir e o que o leitor irá interpretar da história.

Cabe ao quadrinista a opção de deixar a interpretação livre ou se ele tem o objetivo de direcionar mais a narrativa.

Como exemplo desse direcionamento, vamos voltar ao primeiro quadro quando a cena do personagem deixava a interpretação aberta para o leitor escolher se ele estava andando ou correndo.

Existe a opção de evitar essa dúvida:

Agora temos a certeza de que ele estava correndo antes de encontrar a lâmpada.

As linhas de movimento, a poeira que ele levanta e a distância do chão não deixa dúvida que ele estava com pressa.

Pode-se, inclusive, adicionar mais quadros para indicar o quanto ele estava correndo.

Ele estava parado. De repente começou a correr até chegar na lâmpada.

Na parte final da história, entre a dúvida e o desfecho, há também uma abertura para interpretação do leitor.

Cada um pode imaginar a cena do jeito que quiser.

Pode ser acrescentado uma onomatopeia, que é o som que irá substituir a cena do impacto do soco da luva.

Para saber mais sobre onomatopeia, clique aqui.

É muito comum a lâmpada induzir que as pessoas relembrem os contos mágicos dos gênios. O quadrinista conta com essa experiência para que o leitor entenda a história. Porém pode-se detalhar:

Atualizando nossa história:

Repare que não há nenhum cenário. Desta forma, essa história pode estar acontecendo em qualquer lugar.

Mas o que acontece se surgir uma porta no meio do caminho?

No momento que aparece uma porta modifica o andamento da história. Que porta é essa? É de uma casa, de uma escola, de uma loja? Ele está entrando ou saindo? Por que a lâmpada estava atrás da porta? Aumenta o mistério!!

O lugar estava escuro, por isso foi necessário ascender a luz para enxergar.

Mas ainda há uma dúvida a ser resolvida: Por que ele saiu correndo para abrir a porta?

Eis que surge…

A menina encontra o personagem, conversa com ele e aponta a direção.

O que ela disse? Por que ela indicou a porta?

A resposta:

Acrescentando cenas, transformamos uma tirinha de 3 quadros em uma história em quadrinhos, com direito a mudar a conclusão. Tudo não passou de uma pegadinha.

O interessante é que essa atividade é a possibilidade de criação de sequências diferentes. Toda vez que faço uma aula, sempre alguém apresentar uma visão ou uma nova ordem diferente. Deixe seus alunos extravasarem a imaginação.

Algumas alternativas: Foi um barulho estranho que fez o personagem correr.

Ao chegar em casa, ele caiu em uma pegadinha.

Abaixo têm um pdf com os desenhos para baixar, imprimir, recortar os quadros e usar em sua aula.

Divirta-se aplicando ou mesmo criando uma variação com outras histórias.

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