Angelo Agostini (1843-1910)

Angelo Agostini, filho de Raquel Agostini e Antônio Agostini, nasceu no dia 8 de abril de 1843, na cidade de Vercelli – Piemonte, na Itália. Seu pau morreu quando ele tinha apenas 9 anos e sua mãe, cantora lírica, viajavam muito pelas turnês de apresentações. Por isso, é levado para Paris para morar com sua avô, onde estuda e passa a frequentar a Escola de Belas Artes.

Aos 16 anos migrou para o Brasil com sua mãe e seu padrasto. Trabalhou como capataz na construção de uma estrada de rodagem que ligava o terminal da ferrovia Rio de Janeiro – Juiz de fora. Agostini conhece nesse trabalho a geografia, a fauna e a cultura mineira que serviriam, mais tarde, de inspiração para a criação de seu personagem Nhô-Quim.

Inicia sua carreira artística em 1865 desenhando para a revista Diabo-Coxo de São Paulo. Na revista publica suas primeiras histórias ilustradas (sem sequências, nem personagem fixo) e charges. Angelo era conhecido por suas opiniões fortes e críticas à sociedade, sobretudo contra os políticos e a Igreja. Em uma época imperialista e escravocrata, defendeu os ideais abolicionistas e republicanos. Suas caricaturas ganharam fama por serem ofensivas, o que lhe rendeu vários inimigos. Ele enfrentou várias pressões. Uma caricatura sua intitulada “O Cemitério da Consolação no dia de finados”, feita para O Cabrião em novembro de 1866, fez com que o jornal respondesse ao primeiro processo contra a imprensa brasileira. O julgamento foi favorável ao réu, constando nos autos que o desenho foi considerado um gracejo de mau gosto mas que não cabia punição pelo crime de ofensa a moralidade pública.

Fugindo das pressões sofridas em São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro. Na cidade se torna diretor do jornal A Vida Fluminense entre os anos de 1869 a 1871. No dia 30 de janeiro de 1869, Agostini publica no jornal a primeira história em quadrinhos do Brasil com um personagem fixoAs Aventura de Nhô-Quim, ou Impressões de Uma Viagem à Corte, considerada a primeira história em quadrinhos do Brasil.

Trabalha em outras publicações como O Mosquito e Revista Ilustrada. Na Revista Ilustrada, em 1883, cria as As aventuras de Zé Caipora, um anti-herói cômico, romântico e aventureiro de um personagem que representou os usos e costumes rurais e urbanos da época. Outro marco na história dos quadrinhos no país.

Devido ao seu reconhecido trabalho em favor da Abolição da Escravatura, recebeu de Joaquim Nabuco o título de cidadão brasileiro. Porém, um escândalo envolvendo a gravidez de uma mulher em um relacionamento extraconjugal faz com que Agostini se mude para a Europa em 1888. Só retorna ao Brasil em 1895. A partir de 1903 trabalha em diversas redações de jornais como Don Quixote, Leitura para Todos e O Malho.

Agostini foi o responsável por criar o logotipo da revista O Tico-Tico, a primeira e a mais importante revista voltada para o público infanto-juvenil no Brasil. O primeiro número circulou em 11 de outubro de 1905, e já no ano seguinte de sua criação chegou a tiragem de 100 mil exemplares por semana.

Angelo Agostini morreu aos 66 anos, no dia 23 de janeiro de 1910.

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