Criação:
Roteiro: Jerry Siegel
Desenho: Joe Shuster
Primeira aparição: Action Comics 1, abril de 1938
Criação:
Roteiro: Jerry Siegel
Desenho: Joe Shuster
Primeira aparição: Action Comics 1, abril de 1938
Editora Grande Consórcio Suplementos Nacionais
Editor: Adolfo Aizen
Primeira edição: 16 de maio de 1937
Edição que trouxe para o Brasil o formato Comic Book, contendo histórias completas que antes vinham apenas em tiras, publicadas por capítulos. Publicação tri-semanal: quartas e domingos com histórias em série; sextas com histórias completas.
Continue lendoThe Phantom
Criação:
Roteiro: Lee Falk
Desenho: Ray Moore
Primeira aparição: Tiras em jornais nos EUA, 17 de fevereiro de 1936
1ª edição: 14 de março de 1934, Rio de Janeiro
O Adolfo Aizen (1904-1991) era um jornalista que trabalhava O Malho, editora responsável pela revista O Tico-Tico e colaborava para o jornal O Globo. Em 1931 recebeu um convite para fazer parte do Comité da Imprensa do Touring Club. A entidade era responsável por investir no incentivo ao turismo com o objetivo de valorizar os EUA após a Quebra da Bolsa de 1929. Chegando na América do Norte, o repórter conheceu as redações e foi apresentando aos suplementos, grande sucesso de vendas nas bancas. Quando retornou da viagem, tentou convencer Roberto Marinho a implantar uma linha de publicação do gênero n’O Globo, que recusou a ideia devido ao seu alto risco financeiro.
Entendendo que era um empreendimento promissor, Adolfo Aizen consegue a parceira de João Alberto Lins de Barros, dono do jornal A Nação. Implanta no jornal o formato tabloide e lança diversos suplementos: Humorístico, Infantil, Policial, Feminino e Esportivo.
Anúncio da estreias dos suplementos no Jornal A Nação, em 9 de março de 1934
Publicada às quartas-feiras, o primeiro Suplemento Infantil chega às bancas no dia 14 de março de 1934. Tinha oito páginas coloridas. Na primeira edição tinha: “A pedra que rolou da montanha”, conto de Luiz Martins com ilustrações de J. Carlos; a hq “A expedição de Atlântida” de Monteiro Filho; o conto “A garça desconfiada” de Galvão Queiroz; o monólogo “O trapalhadas” de Eustorgio Wanderley; e os quadrinhos de “Bôa vida”, “Bob” , “Louro” e “O Casal Manéco Fanfarrão”. O jornal, junto com o suplemento, custava 200 réis na Capital e 300 no interior.
A Nação – Suplemento Infantil, de 14 de março de 1934
O Suplemento Infantil foi um dos que mais fez sucesso. A novidade fez com que as vendas às quartas-feiras chegassem a 60 mil exemplares. Representava um aumento de venda em três vezes em comparação com as edições anteriores. A Nação, que era um jornal político, agora era disputado por crianças e adolescentes. O que parecia algo positivo, enfrentou resistência dentro da direção do jornal. O redador-chefe acreditava que esse novo público atrapalhava a imagem de jornal sério, prejudicando a reputação, e em consequência a publicidade e as finanças. Dizem que na Câmara o jornal era apelidado de A Nação Infantil.
João Alberto, que tinha pretensões políticas, acabou cedendo. Porém, tinha gostado da parceria e fez uma proposta para ajudar financeiramente Aizen para que ele continuasse com seus suplementos de forma independente. O que ninguém sabia era que Aizen era imigrante russo que chegou ainda criança no Brasil. Seus pais eram refugiados e saíram do país durante conflitos étnicos. A legislação brasileira proibia que um estrangeiro fosse dono ou sócio de uma empresa jornalística. Para resolver isso, Aizen falsificou sua certidão de nascimento e forjou uma biografia de ser um imigrante que nascera em Juazeiro e veio para o Rio de Janeiro. A verdade é que ele chegou ainda criança com sua família em Salvador, onde aprendeu português. Depois viveu em Salvador e Recife, antes de se mudar para o Rio no início da adolescência.
Resolvido a questão da certidão de nascimento, Adolfo Aizen funda o Grande Consórcio Suplementos Nacionais em 27 de junho de 1934. O suplemento continuou sua numeração, mudando o nome. A décima quarta edição, deixou de ser Suplemento Infantil e passou a se chamar de Suplemento Juvenil. Começou a ser vendido de forma avulsa. No segundo ano de circulação, o Suplemento Juvenil tornou-se bissemanal e vendia 100 mil exemplares por edição, 200 mil por semana. Saldo de 800 mil por mês.
Suplemento Juvenil, de agosto de 1937
A expansão do O Globo fez com que Roberto Marinho repensasse sua posição sobre a publicação de quadrinhos. Acompanhando o grande sucesso do Grande Consórcio de Suplementos Nacionais, em 1937, Marinho convida Aizen para uma conversa e faz a proposta de se tornarem sócios e as revisas passarem a ser editadas e impressas no parque gráfico da empresa. Desta vez foi Aizen que recusa a parceria. Marinho dá seguimento a seu plano lançando O Globo Juvenil. Aizen encarou a publicação como um plágio e um ato desleal. Em 1939 Roberto Marinho dá um segundo golpe quando fecha contrato com o sindicato que fornecia as artes para a editora de Aizen. Período que ficou conhecido como a Guerra dos Gibis, relatado no livro de Gonçalo Junior.
Com dívidas, salários atrasados e vários outros problemas, a solução para evitar a falência do Consórcio de Suplementos Nacionais para o Governo Getúlio Vargas. A ditatura Vargas estava com uma política de estatização de órgão de imprensa e a empresa foi vendida para a editora A Noite. Aizen continuou como empregado, trabalhando como editor até a edição 1726, último número do Suplemento Infantil, publicado em 20 de novembro de 1945.
Última edição do Suplemento Juvenil, número 1726 de 11 de novembro de 1945
Logo depois, Aizen funda uma nova empresa, a Editora Brasil-América (EBAL).
Dica de leitura:
JUNIOR, Gonçalo. A Guerra dos Gibis: A formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-64. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Suplemento Juvenil. Rio de Janeiro: Grande Consórcio Suplementos Nacionais e A Noite, 1937 a 1945. Acesso em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=182737&pagfis=1