1530 – Códice Boturini ou Tira de la Peregrinación

Estima-se que foi produzido entre 1530 e 1541. O autor desconhecido. México.

O Códice Boturini é uma tira de papel amate (feita a partir de fibras de plantas) produzida em 22 lâminas de 19.8 x 25.5 cm e 5,49 metros de comprimento.

Seus desenhos narram a história da migração dos astecas – por isso é também conhecida como Tira de la Peregrinación- desde sua saída de Aztlan até a chegada ao Vale do México, na cidade de Tenochtitlan. Estudiosos estimam que esse movimento migratório começou por volta do ano de 1116.

Aztlan era uma terra ancestral asteca de localização imprecisa. Era rodeada de água e próximo a uma ilha onde havia um templo dedicado à água e ao fogo. Quando uma mulher chamada Chimalma atravessa o rio em sua canoa em direção a ilha para levar oferendas, encontra o deus Huitzilopochtli. O deus lhe envia uma mensagem para que os astecas deixem sua antiga terra e partam em uma jornada para formar uma nova cidade. Durante a jornada, passam por 7 diferentes povoados, que se juntam no movimento migratório. Se dividiram em quatro grupos, onde cada um carregava um dos deuses que veneravam.

Caminharam até chegar a um lugar onde havia uma árvore enorme. Começaram a se organizar porém a árvore se partiu ao meio e perceberam que não era ali que deveriam ficar. Um pouco tristes, retomaram a caminhada. Se depararam com grandes dificuldades que lhe obrigaram a fazer sacrifícios. Nesse momento, o deus Huitzilopochtli envia outra mensagem dizendo que eles não mais se chamariam astecas, agora seriam mexicas.

Chegaram a um lugar onde havia dois montes onde permaneceram por 26 anos. Depois o Códice registra vários descolamentos e fixação temporárias, sempre registrando o tempo de permanência, o número de pessoas relacionado a cada grupo de origem e as cerimônias realizadas em cada morada fixada.

Na caminhada, após uma batalha em que foram derrotado, os mexicas são capturados e levados como prisioneiros. Passaram um bom tempo preso até que esse povoado entrasse novamente em batalha. O rei fez uma proposta para que os prisioneiros guerreassem a seu lado para derrotar o seu inimigo.

Os mexicas deveriam trazer uma orelha de cada inimigo morto, depositadas em um saco, como prova de seus feitos. Eles aceitaram a proposta. Pensaram que poderiam ser acusados de cortar as duas orelhas para aumentar o número de morte, por isso decidiram cortar os narizes dos inimigos mortos. Com armas improvisadas, saíram para a batalha.

Abaixo um vídeo que narra a história detalhada contida no Códice Boturini:

Veja imagens do Códice Boturini em Instituto Nacional de Antropologia e História do México: https://mediateca.inah.gob.mx/repositorio/islandora/object/codice%3A605

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