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1972 – Exposição História em Quadrinhos & Comunicação de Massa – Museu de Arte da Pampulha

No dia 22 de agosto de 1972, o Museu de Arte da Pampulha abriu a exposição História em Quadrinhos & Comunicação de Massas.

A exposição originalmente intitulada Bande Dessineé et Figuration Narrative aconteceu no Museu de Artes Decoratifs, no Louvre em Paris em 1967. Estava ligada a Societé d’Esudes et de Recherches des Litteratures Dessignées e Geraldo G. Talabot. A mostra era baseada no livro de mesmo nome da exposição.

Em 1970, o professor Pietro Maria Bardi (Diretor do Museu de Arte de São Paulo- MASP) e Enrique Lipsick (Escola Panamericana de Arte) trouxeram a exposição para o MASP. Foi dado a ela o nome para História em Quadrinhos & Comunicação de Massas. A parte internacional estava organizada e, na época, Ziraldo foi convidado para fazer a capa do catálogo, a marca símbolo da exposição e ajudar na participação dos artistas mineiros da exposição nacionais. A remessa de originais acabou atrasando e Ziraldo só recebeu os trabalhos mineiros dois dias depois da abertura da exposição.

Em 1972, a exposição veio para o Museu de Arte da Pampulha (MAP). A gestora do museu, Conceição Piló, convidou Ziraldo para fazer a curadoria da Sala Mineira, recolhendo trabalhos de artistas a partir da década de 30.

“A História em Quadrinhos já foi analisada sob os mais variados aspectos, principalmente a partir da década 60. Na mesma época foi elevada à categoria de arte com os ‘comics’ dos integrantes do movimento ‘Pop”, nos Estados Unidos, e com a participação de vários artistas plásticos brasileiros, através de salões de âmbito nacional e pelo fato de despertar o potencial criativo das crianças em geral já está mais do que comprovado. Dáí, reveste-se de grande importância esta promoção do Museu de Arte Moderna da Prefeitura realizando em combinação com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Prof. Pietro Maria Bardi e Henrique Lipzig) e os cartunistas mineiros” (Histórias […], Diário da Tarde, 21 ago. 1972).

“A exposição foi dividida em duas partes: No andar superior um levantamento geral da história em quadrinhos. No térreo, grupo liderado por Ziraldo vai reunir histórias em quadrinhos ou ‘comics’ dos mineiros” (Histórias […], Diário da Tarde, 21 ago. 1972).

Entre os artistas estavam artistas e colaboradores de jornais, revistas e livros de Minas Gerais.

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1951 – 1ª Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos

Realizada entre 19 de junho e 2 de julho de 1951, no Centro Cultura e Progresso em São Paulo, foi a primeira exposição de quadrinhos do Brasil que reunia exposições e trazia debates e reflexões para a valorização das histórias em quadrinhos no país.

Idealizada por Álvaro de Moya, Jayme Cortez, Syllas Roberg, Reinaldo de Oliveira e Miguel Penteado.

Ideliazadores da exposição
Programação da exposição

“Uma das artes modernas mais combativas e discutidas do momento é a história em quadrinhos. Enquanto uns a reconhecem como uma das maiores exteriorizações de todos os tempos, e a mais jovem dentre as demais, há instituições e pessoas que a combatem intransigentemente e confundem história em quadrinho com habilidade, comercio ou simples técnica. A polêmica está lançada.

E, com o intuito de lançar mais luz sobre este momentoso problema, e esclarecer ao público e à crítica em geral o extraordinário índice artístico e social alcançado por esta nova arte, o CENTRO CULTURA E PROGRESSO entrou em contacto com o STUDIOARTE, formado por jovens desenhistas desta Capital, que organizaram a 1ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, que se realizará em nossa sede social de 19 do corrente a 2 de julho próximo.”

Jornal Nossa Voz – Fonte Hemeroteca Biblioteca Nacional

1ª Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos

Jonal Nossa Voz – 28 de junho de 1951
Autor: Maurício Kuss

Sob o patrocínio do CENTRO CULTURAL E PROGRESSO realiza-se presentemente, em sua sede social, a 1ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS, organizada pelo STUDIOARTE, formada por jovens desenhistas desta Capital.

Trata-se de uma iniciativa de moços, honesta, levada, a efeitos com meios modestos, o que bata para torná-la uma realização bastante simpática e merecedora de uma demorada visita por parte de todos os interessados em qualquer espécie de arte moderna. Na Exposição pode-se verificar trabalhos originais e impressos de Alex Raymond (Flash Gordon), Harold Foster (Príncipe Valente), Milton Caniff (Steve Canyon), George Wunder (Terry e os Piratas), Al Capp (Li Abner), separados por blocos e tendências artísticas de cada um, conforme crítica explicativa feita para cada trabalho. Além disto, poderão todos notar os países do mundo, entre os quais se incluem amostra da Itália, Polônia, Canadá, Portugal, Argentina e muito outro países.

Porém, o mais importante da exposição não é este particular, puramente artístico, mas o fator social e educativo que a história em quadrinhos pode apresentar, aliado ao fato de que tal Exposição levantará seriamente um problema: o do desenhista nacional. Como é sabido, a grande maioria das histórias em quadrinhos publicadas no Brasil, provém dos Estados Unidos, não obstante, desenhistas de todo o mundo, inclusiva brasileiros, se dedicaram à esta forma de exteriorização dos conhecimentos humanos. Isto se dá em virtude de existência de alguns trustes que controlam toda a produção de histórias em quadrinhos , destacando-se dentre eles o “King Features Syndicates” e a “APLA”, com ramificações aqui no Brasil. Este reduzido número de cadeias de produção dos Estados Unidos, espalhado pelo mundo todo, vende aos proprietários de jornais e revistas, a preço vil, matrizes de papelão de histórias já publicadas nos Estados Unidos. Estas cadeias associam-se, por assim dizer, a quantos em cada país desejem produzir revistas infantis, deixando nas mãos de seus proprietários lucros fabulosos, tornando completamente impossível ao desenhista nacional competir, em preços, mas que poderia produzir leitura infantil mais digna, mais útil, mais bela, mais saudável.

A atenção do público para a exposição fará com que abram os olhos contra os habituais detratores da história em quadrinhos que a combatem intransigentemente sem ao menos conhecê-la e muitas vezes por estarem ligados a editoras de livros de histoiretas infantis sem tiragem. Ninguém pode, de boa fé, desconhecer as imensas possibilidades das histórias em quadrinhos como expressão artística e como instrumento de recreação e educação. E, se, infelizmente a maior parte delas prega a violência e conta histórias de super-homens e homens-borracha, cumpre por isso mesmo, e com urgência, separar o joio do trigo. Esclarecer a crítica e a opinião no sentido de preservar e ampliar as boas histórias, substituir as más, e incentivar os desenhistas nacionais que possam criar e adaptar temas brasileiros – este é o objetivo da Exposição. Tal objetivo é além de tudo patriótico, pois que, sem ter ligações com nenhuma organização ou entidade comercial, visa eliminar dertupações que vem sendo impostas à infância, por certos “capitalistas da imprensa” que se dedicam a publicação de histórias em sequências e que impedem o aparecimento de verdadeiros valores artísticos no domínio da histórias em Quadrinhos.