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1941 – Era uma vez…

“Em 1940, Vicente Guimarães procurou José Neves Queiroz, de uma velha família de gráficos mineiros, com o plano de uma revista infantil. José Queiroz topou a ideia com paixão e, no meio da profusão e do êxito comercial dos gibis, eles saíram com uma revistinha mineiríssima, que o Brasil inteiro leu durante 15 anos.” Ziraldo

Era uma vez… foi a primeira revista infanto-juvenil de Minas Gerais, lançada em 15 de abril de 1940 em Belo Horizonte, . De periodicidade quinzenal, foi rodada na Gráfica Queiroz Breyner.

Tinha uma linha editorial que prestigiava o trabalho de grandes artistas da imprensa mineira e abriu espaço para novos talentos, como Ziraldo. Era uma revista que fazia frente as produções da época que publicavam, principalmente, tradução de material estrangeiro, o que barateava os custos. Objetivava ser uma alternativa ao conteúdo estrangeiro que traziam preocupação na época aos impactos da leitura nos jovens leitores. Diz ser uma revista sadia para mentes sãs.

Inicialmente funcionou sob a direção de Vicente Guimarães, com o subtítulo Revista de Vovô Felício para os seus netinhos. Vicente depois se muda para o Rio de Janeiro para assumir a chefia do departamento do SESI que cuidava do Serviço de Orientação e Recreação da Infância da revista Sesinho (1947). Assim, a condução da revista passou para as mãos dos Estabelecimentos Gráficos Santa Maria, com a direção de José Neves, trocando seu subtítulo para A revista infanto-juvenil mais bonita do Brasil. Essa segunda fase durou até abril de 1955.

Crédito: Edson Nascimento Campos. Texto são em mente sã: um projeto de leitor
Crédito: Blog do jornalista Marcos Massolini: https://almanaquedomalu.blogspot.com/2014/03/bau-do-malu-48-era-uma-vez-n-202.html

Vicente Paulo Guimarães (23/05/1906 – 04/06/1981)

Vicente Guimarães nasceu em Cordisburgo/MG, formou-se como professor primário, trabalhando como Inspetor Federal de Ensino até 1976. Começou sua trajetória publicação narrativas infantis em Caretinha. Depois fundou o Suplemento Infantil de O Diário (1940) de Belo Horizonte. Inspirado com o suplemento, surge a ideia de Era uma vez… Muda-se para o Rio de Janeiro para trabalhar no SESI, criando a revista Sesinho. Volta para BH, atuando em rádio clube e tv. Através do Rotary Club, criou 18 bibliotecas infantis.

José Neves Queiróz

A Gráfica Queiroz Breyner foi, por vários anos, a única gráfica de Belo Horizonte que tinha maquinário apropriado para imprimir as revistas ilustradas da cidade. Imprimia a revista Bello Horizonte (1933) e Alterosa (1939), antes de lançar a Era uma vez…. O gráfico José Neves Queiróz assume a revista infanto-juvenil com a ida de Vicente para o Rio.

Referências

CAMPOS, Edson Nascimento. Era uma vez…, revista de Vovô Felício para os seus netinhos – um projeto de leitura. Vária História, Belo Horizonte, n. 18, set. 1997. p. 273-296. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5727a11040261d0bb594696f/1462214930106/16_Campos%2C+Edson+Nascimento.pdf

CAMPOS, Edson Nascimento. Texto são em mente sã: um projeto de leitor. A prática da leitura na revista Era uma vez…: o Brasil da era Vargas – os anos 40. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2001. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/Texto%20s%C3%A3o%20em%20mente%20s%C3%A3%20um%20projeto%20de%20leitor.pdf