Funções na produção de uma história em quadrinhos

Quando se fala em quadrinhos é muito comum as pessoas relacionarem a imagem do quadrinista na produção de uma história. Alguns até acreditam que só quem desenha pode trabalhar com quadrinhos.

Em um trabalho autoral, existe a possibilidade de uma única pessoa pode executar todo o processo de elaboração e montagem de uma história. Porém, quadrinhos pode ser também uma arte coletiva, dividida em várias etapas e feitas por diversos pessoas ao longo do processo. Tudo vai depender da estrutura, desde a de uma editora profissional que conta em sua equipe com diversos profissionais ou uma iniciativa independente, onde uma pessoa acumula várias funções.

A lista abaixo traz uma divisão de funções mais comuns na produção de uma história em quadrinhos.

ROTEIRISTA

Responsável por escreve a história em formato de roteiro. Nesse roteiro, haverá a descrição das cenas, diálogos e informações relevantes para auxiliaram o quadrinista a desenvolver os desenhos.

Dependendo do estilo, o roteirista pode apenas passar uma ideia geral da história e deixa o resto por conta da imaginação do quadrinista. Outros são detalhistas, descrevem quadro a quadro, informam o tipo de enquadramento; descrevem os personagens e que tipo de expressão facial ou corporal devem apresentar; detalham o cenário e que elementos de composição de objetos devem ter na cena.

QUADRINISTA

Lê o roteiro e faz sua interpretação através de imagens. Planeja e desenha a lápis as páginas, que será enviada para o arte-finalista. Na produção dos quadros, além da composição das cenas, deve sempre prever a entrada dos diálogos, deixando espaços suficientes para o acréscimos dos balões.

ARTE-FINALISTA

Finaliza os desenhos feito a lápis do quadrinista. Aplica texturas e preenchimentos. Pode corrigir algum defeito ou problema do desenho original. O resultado final é um desenho em preto e branco, com acabamento em tinta.

Precisamos levar em consideração que a informatização transformou o processo e abriu muitas possibilidades artísticas. Com as mesas digitalizadoras, muitos artistas fazem seus desenhos digitalmente, não sendo necessário arte-finalizar. A qualidade dos scanners permitem produzir uma história usando de lápis e pular direto para a etapa de cores.

COLORISTA

Aplica as cores às páginas. Segue também o roteiro para entender a história e usar efeitos que possam ajudar a enfatizar as emoções da história.

LETRISTA

Seguindo o roteiro, cria os balões com os diálogos, as legendas e as notas explicativas. Busca a melhor composição dos balões, em harmonia com os desenhos. Se necessário, pode dividir uma fala mais longa em vários balões.

REVISOR

Responsável pela revisão final, avaliando se não há nenhuma erro na revista.

O revisor pode ser de dois tipos:

  • Revisor do texto, especialista em língua portuguesa, avalia se não há nenhum erro ortográfico ou de pontuação. Avalia se os balões estão na ordem correta de leitura.
  • Revisor de arte, onde sua função é avaliar de forma geral a revista, observando cada detalhe a procura de alguma inconsistência no desenho, arte-final e cor.

Como dito inicialmente, as funções podem ser acumuladas. Entretanto é aconselhado que a revisão seja feita uma pessoa diferente porque ela consegue enxergar erros que passam desapercebidos de quem está participando das etapas anteriores.

DESIGN

Cria o projeto gráfico da revista: formato, número de páginas, tipo e gramatura do papel e acabamento. Diagrama a revista, colocando as páginas em ordem, acrescentando outros elementos, como textos, editoriais, anúncios, carta dos leitores, paginação e qualquer outro item que complete a edição.

EDITOR

Coordena todo o trabalho, acompanhando o processo desde a criação do roteiro até a etapa final de impressão da revista. É o “carrasco”: aquele que manda corrigir, refazer, melhorar… Acompanha de perto o trabalho de todos os envolvidos porque é dele a responsabilidade da qualidade do produto final que irá parar nas mãos do leitor.

Outros profissionais que podem ser acrescidos nas etapas, de acordo com a demanda.

Exemplos:

Tradutor, quando uma obra de origem de língua estrangeira será publicado no país. Ele recebe o texto na língua original, faz a tradução e adaptação, e repassa para o letrista.

Consultoria de uma especialista, que irá fornecer referências precisas para a sua história.
Como um historiador, caso a hq aborde um período específico do passado e a proposta é manter o rigor histórico de fatos, modo de falar, roupas e cenários. Ou um profissional da área do tema abordado, como uma série que falará sobre cáries e é necessário consultar um dentista para sua história não conter erros de informação.

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