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Panorama dos quadrinhos nigerianos

Autor: Matheus Calci Ferreira Gomes
2020, PIBIC – UNB

Apresentação

“[…] Pesquisando sobre a publicação de quadrinhos em diversos países, percebi a dificuldade para encontrar dados sobre a publicação de quadrinhos no continente africano, onde era difícil, inclusive, encontrar essas publicações e até mesmo se deparar com estudos sobre eles. Parecia até que existia um “buraco”, causando assim, uma impressão de que nada fosse produzido.

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Esta pesquisa interroga, então, as origens das produções em quadrinhos na Nigéria, que é considerada uma grande produtora cultural, com grandes nomes da literatura, músicos reconhecidos e aclamados mundialmente e uma produção cinematográfica robusta. Como ficam, então, as publicações de quadrinhos? Pode parecer esperado que quase todos os resultados de quadrinhos nigerianos serem de super-heróis, até porque a influência desse tipo de material é global.

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Em 1859, surge o que pode ser considerado o pontapé inicial dos quadrinhos modernos nigerianos. A criação do jornal totalmente em iorubá: Iwe Irohin. Apesar de o primeiro jornal em iorubá ter sido publicado em 1859, antes disso já havia outras revistas e jornais, exclusivamente em língua inglesa, em circulação no país, tais como a Punch que continha caricaturas políticas bem-humoradas relacionadas a sociedade britânica e que eram enviados e lidos pelos ingleses no país durante a colonização inglesa.

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No ano de 1937, é publicada a primeira edição do jornal West African Pilot focado na luta nigeriana da independência contra os ingleses. Foi fundado pelo nacionalista Nnamdi Azikwe (1904-1996). O jornal de Azikwe é conhecido por ter sido um jornal nigeriano moderno que continha reportagens, cartas de protesto, anúncios e charges que se tornaram bastante populares no jornal. “

O autor utiliza no artigo a definição de Couperie (1973) para exemplificar e definir o que considera como quadrinhos ou não.

As histórias em quadrinhos seriam uma narrativa (mas não obrigatoriamente uma narrativa…) constituída pelas imagens criadas pelas mãos de um ou mais artistas (a fim de eliminar o cinema e a fotonovela), imagens fixas (diferentes dos desenhos animados), múltiplas (ao contrário dos cartuns) e justapostas (diferentes da ilustração e dos romances em gravura). Mas essa definição se aplica muito bem à Coluna de Trajano e à Tapeçaria de Bayeux… (Couperie, 1973).

GOMES, Matheus Calci Ferreira. Panorama dos quadrinhos nigerianos. Programa de Iniciação Científica. Universidade de Brasília, Brasília, 2020. Disponível em: Link para download: https://www.academia.edu/83835220/Panorama_dos_quadrinhos_nigerianos_PIBIC_UnB_2020_

1944 – Akinola Lasekan

Akinola Lasekan (1921-1972) nasceu na Nigéria. Foi um artista versátil, foi pintor, ilustrador, designer gráfico e cartunista.

Fez charge para o jornal West African Pilot. Este jornal tinha uma linha editorial nacionalista que combatia o colonialismo da Inglaterra, buscando a independência da Nigéria. O jornal foi lançado em 1937 por Nnamdi Azikwe. Em 1944 começa a publicar o trabalho de Akinola, em um série diária que duraria até 1960.

Créditos imagens: África Cartoons https://africacartoons.com/tag/akinola-lasekan/

Biblioteca de Alexandria

Séc. III a. C.
Antigo Egito

Alexandria é uma cidade do Egito. Era um território que estava sob influência helenística, que foi o processo de expansão de territórios da civilização grega nos territórios conquistados na região do mar Mediterrâneo até a Ásia.

Idealizado no reinado de Ptotomeu I, a construção da biblioteca só foi concluída no reinado de Ptolomeu II. Tinha como objetivo armazenar todos os livros do mundo. Pretendia-se que a cidade se tornasse a sucessora de Atenas na produção e disseminação do conhecimento e da cultura.

Reunia obras em rolos de papiro produzidas por gregos, egípcios, romanos, hebreus, persas, assírios, entre outros. Em seu acervo havia obras de Sócrates, Platão e Homero.

A biblioteca fazia parte de um complexo arquitetônico que exaltava as nove musas (deusas gregas). O Mouseion continha, além da biblioteca, um templo e um complexo cultural que possuía salas de aulas, de leitura, laboratórios, galeria de arte e scriptoriums (locais onde eram produzidos livros).

Demétrio de Faleros foi o idealizador e o primeiro diretor da biblioteca. Estadista, chegou a reger Atenas. Por volta de 298 a. C.., devido a uma reviravolta política, foge para Alexandria.

Zenódoto de Éfeso foi o segundo diretor. Adotou a ordem alfabética como método de organização, sendo um dos primeiros registro de uso deste tipo de técnica. O grego Zenódoto foi filósofo, gramático e professor do rei Ptolomeu II. Ocupou-se em editar e organizar os escritos de Homero, como Ilíada e Odisseia.

Representação da antiga biblioteca de Alexandria

Não há a certeza do que causou a destruição da Biblioteca de Alexandria. Teorias falam em um incêndio de grandes proporções, onde estima-se que 40 mil manuscritos foram perdidos, em 48 a. C.

Abaixo um mapa que ilustra a cidade da época de Cleópatra (última governante do reino Ptolemaico), onde podemos observar a área reservada para o Musaeum and library (museu e biblioteca).

Mapa de Alexandria