Categoria: Memória Ilustrada

1450 – Prensa móvel de Gutenberg

Métodos de impressão já existiam em diversas partes do mundo, como na China e na Coréia. Foi na China, inclusive, que se inventou a técnica de produção de papel que permitiu a produção em escala das prensas. Porém a invenção de Johannes Gutenberg (1400-1468) revolucionou o mundo ao criar uma máquina de tipos móveis onde era possível imprimir diversas cópias em papel de forma mais rápida do que todas as outras técnicas existentes na época.

A primeira obra impressa por Gutenberg foi a Bíblia Sagrada. No início do projeto outras possibilidades foram pensadas considerando a questão da comercialização. Mas uma demanda da Igreja, que tinha o interesse de padronizar missas, livros de contos e breviários mostrou um mercado promissor. Havia a intenção da organização religiosa de que as bibliotecas nos mosteiros possuíssem uma Bíblia, bem traduzida e editada.

“Um escriba dificilmente copiaria com qualidade mais do que duas densas páginas de alta qualidade por semana (um comentário da Bíblia de mil duzentas e setenta e duas páginas exigiria cinco anos de dois escribas, de 1453 a 1458)” (Man, 2004, p. 100).

Gutenberg tem um encontro com o cardeal alemão Nicolau e mesmo sem um comprometimento oficial, sai da reunião com a impressão de aprovação da ideia. De qualquer maneira, a Igreja exigiria um manejo cuidadoso da Bíblia e um novo formato poderia criar rejeição. A versão tipográfica deveria ter a exatidão dos textos e alcançar uma estética que superasse os manuscritos. Era um empreendimento caro e de alto risco.

O projeto da prensa começa em 1438 com mais três sócios/investidores do empreendimento: Hans Riffe, Andreas Dritzehn e Andreas Heilmann. Foi alugado um local em Mainz para a montagem da oficina. A ideia era desenvolvida em total segredo, tanto que a morte de um dos sócios, Dritzehn, ameaçou os plano quando os familiares tentaram – via ação judicial – ter acesso ao que se estava sendo desenvolvido. A corte decidiu, em 1439, que Gutenberg pagasse pequena soma de indenização mas o segredo foi mantido.

A produção da Bíblia começou em 1450. Foi necessário vários testes em relação ao melhor papel, tipo de tinta e composição de páginas, que compreendia encontrar melhor tamanho das letras, espaçamento e entrelinhas. Tendo encontrado o melhor formado, “Com mais de seis compositores manejando três prensas, trabalhando todo o tempo, menos durante os festivais religiosos, Gutenberg e seu pessoal podem ter produzido a Bíblia de 42 linhas – cento e oitenta cópias, duzentos e trinta mil páginas, cada uma exigindo sua própria impressão – em aproximadamente dois anos, dois furiosos anos de trabalho nos quais eles também se dedicaram a outros trabalhos. No outono de 1454, o livro estava pronto.” (Man, 2004, p. 183).

Gutenberg em sua oficina, observando uma prova da Bíblia.

A Bíblia possuída 1.282 páginas em dois volumes. Diagramada em duas colunas com 42 linhas. Estima-se que forma produzidos entre 150 e 180 exemplares, sendo publicados em papel e, em menor quantidade, exemplares feitos em pergaminho. As iluminuras foram feitas à mão.

Procedimento revolucionário, mas que custou muito dinheiro e dívidas, fez com que Gutenberg fosse processado. A execução de uma hipoteca fez com que ele perdesse a oficina.

A prensa móvel se tornou um método de sucesso e permitiu a popularização das gráficas e formação do mercado editorial, sendo um dos marcos da transição da Idade Média para a Idade Moderno na Europa, época da expansão mercantilista. Os novos mercados fizeram com que a disseminação da informação se espalhassem pelas rotas comerciais. Embora ainda caros, os livros não eram mais de acesso restrito da Igreja e da nobreza.

Com o crescimento do comércio, surgem os burgueses. Essa classe em ascensão financeira passa a questionar o poder absoluto dos reis. Surgem as ideias liberais, como o de propriedade privada, de limitação do poder do Estado e de liberdade de expressão para poder criticar – se serem punidos – os governantes e suas políticas.

Da junção da disseminação das prensas e das reivindicações do direito de liberdade de expressão, surgem os primeiros panfletos que passam a circular com críticas sociais e políticas. Era o embrião do jornalismo, que publicava notícias, críticas e opiniões através de jornais e revistas. Entre os conteúdos, a caricatura política se popularizou.

Dica de leitura:

MAN, John. A Revolução de Gutenberg: a história de um gênio e da invenção que mudaram o mundo. Rio de Janeiro: Editouro, 2004.

1066 – Tapeçaria de Bayeux

1066, Normandia. Atua Inglaterra.

Tapete bordado retratando fatos acontecidos na Inglaterra. Inicia-se com a coroação e morte do Rei Eduardo (O Confessor). Como não tinha sucessores, Haroldo assume o reinado. Guilherme, (O Bastardo) da Normandia, reivindica o trono e inicia uma guerra conhecida como a Batalha de Hastings em 1066. Após a vitória, Guilherme passa a ser conhecido como (O Conquistador) ao tornar-se rei da Inglaterra.

Foi feito em linho, a tapeçaria tem 70 metros de comprimento por meio metro de altura. A autoria ainda não é certa. Alguns creditam a rainha Matilde de Flandres e suas damas de companhia. Outros dizem que foi confeccionada por encomenda aos monges da Abadia de Santo Agostinho.

105 d.C. – Invenção do papel

O nome papel vem de papyrus, planta do Egito que deu origem a fabricação do papiro, suporte usado pelos antigos egípcios para a escrita. Outros suportes foram sendo criados, como os pergaminhos, feitos de pele de animal.

O papel foi inventado na China. Na dinastia de Han Oriental (25–220 d.C.) havia um funcionário chamado T’sai Lun (62-121), conhecido pelas suas habilidades em inventar diversos instrumentos à pedido da família imperial.

Um dos problemas que T’sai Lun foi designado a resolver tratava-se de criar um suporte para livros que fosse mais prático e barato. Alguns livros eram feitos de seda, material muito caro, outros de madeira, que eram pesados.

Em 105 d. C Lun apresenta a sua solução. Criou um suporte feito a partir da trituração de cascas de árvores, trapos de panos ou qualquer outro material feito de fibra vegetal. Após mergulhar essa mistura em água, se peneirava e a polpa virava uma fina folha que passava pelo processo de secagem. Aprovado, o governo determinou que o papel fosse usado por toda a China.

A fabricação de papel foi um segredo guardado pelo império Chinês. Somente no ano de 600 d. C a técnica é levada para a Coreia. Nesse mesmo período, os japoneses conhecem o papel por meio dos monges budistas coreanos.

Em 751 d. C. , devido a um conflito com os árabes, artesãos chineses foram capturados e revelaram o segredo. Os árabes criam uma indústria e o papel se espalha pela Ásia Central, chegando no continente africano. Quando os mouros invadem a Europa, através da Espalha, levam junto o conhecimento da técnica da fabricação do papel.

A primeira fábrica de papel brasileira é instalada no país em 1809, após a chegada da família rela portuguesa.

Tumba Romana em Beit Ras

Final do primeiro século DC. Capitolias, atual Jordânia.

Pinturas encontradas em um túmulo da cidade de Capitolias, localizada atualmente no território da Jordânia, no Oriente Médio. Elas possuem cerca de 2 mil anos de idade.

São 260 imagens que contam a versão mitológica do surgimento da cidade. A história começa com divindades provando ofertas recebidas por humanos e segue com homens trabalhando a terra, colhendo frutos. Há um painel onde é retratado um sacrifício em nome dos deuses guardiões da cidade. Ainda em fase inicial de estudo, especula-se que a pessoa da tumba seja mesma que foi retratada na cena do sacrifício.

As figuras tem como característica textos de falas inseridas juntos aos desenhos, que narram as ações dos personagens.