Categoria: Memória Ilustrada

1822 – O Maribondo

Charge de um artista anônimo foi publicado no jornal O Maribondo, de Pernambuco em 25 de julho de 1822. O desenho aparece como uma logo, ilustrando todas as edições do jornal.

O desenho retrata a crise política instalada no Brasil Colônia. Um homem corcunda (português) foge ao ser atacado por marimbondos (os brasileiros). Todo o ambiente social conturbado da época culminaria com a proclamação da independência no dia 7 de setembro de 1822.

Essa charge foi encontrada pelo pesquisador Luciano Magno (Lucio Muruci), que lançou a obra História da Caricatura Brasileira.

Nessa edição, de 7 de setembro de 1922, o texto diz que os brasileiros são revoltos e dignos de castigo por quererem ser livres. Acaba-se de descobrir em Lisboa uma conspiração contra a Liberdade!

O Maribondo, Pernambuco, n. 1, 25 de julho de 1822. p. 1. Disponível em:
https://digital.bbm.usp.br/view/?45000033247&bbm/7065#page/2/mode/2up

1798 – Litografia

“A litografia representou […] para o mundo todo, mais um passo importante em direção à modernidade e ao aperfeiçoamento da comunicação visual. Inventada por Alois Senefelder no final do século XVIII, difundiu-se imediatamente pela Europa por volta de 1800. Em 1818 já estava no Brasil, antes mesmo de chegar a alguns países europeus.

Uma pedra, lápis graxo, água e tinta eram o bastante. Desenhar na pedra com um simples lápis, o crayon grass, espalhar a água-forte, que penetrava e corroía apenas a superfície não-graxa, passar a tinta, colocar a folha de papel sobre a pedra, passar o rolo sobre o papel, e a imagem surgia como que por encanto! Pouco dispêndio, fácil execução e multiplicação rápida permitiam passar desenhos e ilustrações para os jornais e publicá-los até diariamente. Todos os outros processos de gravar na madeira ou no metal, morosos e difíceis, forma superados pelas vantagens de reprodução litográfica. E surgiu uma nova categoria de desenhista, a do ‘repórter do lápis’, trazendo para o leitor fatos, pessoas e coisas distantes no tempo e no espaço. […]

A litografia democratizou a imagem, tornando-a popular. […] Todos passaram a ler imagens. Todas as semanas.” (Gama, p. 13)

GAMA, Luís. Diabo Coxo: São Paulo, 1864-1865. Ed. fac-similar. São Paulo, Editora USP, 2005. Disponível em: https://www.livrosabertos.edusp.usp.br/edusp/catalog/view/44/40/180-1

1789 – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é resultado direto da Revolução Francesa. Sinaliza o fim do regime absolutista na França, que dava o poder ilimitado ao rei sobre o Estado, passando para um regime onde representantes da população eram escolhidos para atender os interesses dos cidadãos.

A crise econômica e social fez com que atos revolucionário surgissem na França em 1789, levando a derrubada do Rei Luís XVI. Após a Revolução, formou-se uma Assembleia Nacional, que em 1789 aprovou a Declaração, que possuía um preâmbulo e 17 artigos. O documento define com universais os direitos dos homens, válidos a qualquer tempo e em qualquer lugar, de caráter imprescritíveis, trazendo para o debate os temas: liberdade, igualdade e fraternidade.

O francês Jean-Jacques-François Le Barbier (1738-1826), que era o pintor oficial do Rei da França desde 1780, ficou com a responsabilidade de ilustrar a Declaração.

A pintura mostra a figura da Monarquia segurando uma corrente quebrada, sinalizando o fim da tirania. No centro há o Olho da Providência – o olho que tudo vê – que é um globo ocular dentro de um triângulo iluminado da Santíssima Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ele é um símbolo cristão, presente em várias pinturas da Renascença, visto como sinal de aprovação dos atos da humanidade por Deus. Do lado direito há a figura feminina da Nação, em um corpo de anjo com asas. Ela segura em uma de suas mãos o Cetro do Poder apontado para o Olho da Providência. A outra mão da Nação aponta para o conteúdo, completando o simbolismo de aprovação divina da Declaração.

Essa pintura encontra-se no Museu de La Ville de Paris. Tem 78 x 64 cm. A imagem pode ser baixada em alta resolução: https://www.parismuseescollections.paris.fr/fr/musee-carnavalet/oeuvres/declaration-des-droits-de-l-homme-et-du-citoyen-4#infos-principales

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1873 – Leonardo und Blandine: ein Melodram nach Bürger

1ª edição: 1873, Romênia

O Romeno Joseph Franz Von Goz (1754/?) é o autor do livro Leonardo und Blandine: ein Melodram nach Bürger editado em 1783, publicação com 160 páginas em que os textos apareciam no rodapé das ilustrações.

http://konkykru.com/e.goez.1783.lenardo.und.blandine.1.html