“A litografia representou […] para o mundo todo, mais um passo importante em direção à modernidade e ao aperfeiçoamento da comunicação visual. Inventada por Alois Senefelder no final do século XVIII, difundiu-se imediatamente pela Europa por volta de 1800. Em 1818 já estava no Brasil, antes mesmo de chegar a alguns países europeus.
Uma pedra, lápis graxo, água e tinta eram o bastante. Desenhar na pedra com um simples lápis, o crayon grass, espalhar a água-forte, que penetrava e corroía apenas a superfície não-graxa, passar a tinta, colocar a folha de papel sobre a pedra, passar o rolo sobre o papel, e a imagem surgia como que por encanto! Pouco dispêndio, fácil execução e multiplicação rápida permitiam passar desenhos e ilustrações para os jornais e publicá-los até diariamente. Todos os outros processos de gravar na madeira ou no metal, morosos e difíceis, forma superados pelas vantagens de reprodução litográfica. E surgiu uma nova categoria de desenhista, a do ‘repórter do lápis’, trazendo para o leitor fatos, pessoas e coisas distantes no tempo e no espaço. […]
A litografia democratizou a imagem, tornando-a popular. […] Todos passaram a ler imagens. Todas as semanas.” (Gama, p. 13)
GAMA, Luís. Diabo Coxo: São Paulo, 1864-1865. Ed. fac-similar. São Paulo, Editora USP, 2005. Disponível em: https://www.livrosabertos.edusp.usp.br/edusp/catalog/view/44/40/180-1